sexta-feira, dezembro 23, 2005

“Não é possível mostrar a alguém algo que este não tenha, sob qualquer forma, visto anteriormente – tal como não é possível dizer a alguém algo que este não saiba anteriormente. É a função do artista evocar a experiência do reconhecimento surpreendido: mostrar ao observador aquilo que ele conhece mas que não sabe que conhece.” – William S. Burroughs

O reconhecimento surpreendido é a única função da máquina avariada de Burroughs: produzir cut-ups a metro, cortar trechos de jornais, livros, receitas, rótulos, onde quer que a virulenta linguagem escrita se esconda, misturando, indroduzindo entropia e aleatoriedade no processo criativo para com isso, criar nova(s) leitura(s), muitas vezes ilegíveis; texto para extraterrestres loucos. Sem autor, com um autor máquina, e portanto sem direitos legais no presente enquadramento jurídico, também não há aqui direitos de autor. Se tudo é já conhecido, o plágio é a norma, o ponto de partida e de chegada, e não a excessão.